domingo, 26 de julho de 2009

Pecuária do Pantanal

A pecuária no Pantanal acompanhou a colonização realizada após a exploração do ouro na Baixada Cuiabana, com a gradual ocupação das pastagens nativas da planície. Com o término do ciclo do ouro a pecuária expandiu-se pela região do Pantanal, sendo suas práticas de manejo adaptada para as peculiariedades regionais. O bovino ibérico, trazido pelos colonizadores, gradativamente se adaptou ao ambiente, dando origem ao “Pantaneiro ou Tucura”. Charque e couro eram os principais produtos, exportados através do rio Paraguai.

No início do século XX iniciou-se o transporte a pé de gado magro para engorda em pastagens cultivadas no noroeste paulista e triângulo mineiro, onde as raças zebuínas começavam a ganhar a preferência, em relação às crioulas. Assim, iniciou-se o processo de introdução de raças zebuínas no Pantanal. Gradativamente, o gado Pantaneiro foi substituído pelo Zebu, especialmente da raça Nelore, sendo este processo acentuado, entre outros fatores, pela construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Apesar do isolamento e das dificuldades da região, a pecuária se expandiu chegando, na década de
40, a representar 90% do rebanho do então estado de Mato Grosso e 6% do rebanho nacional.

A adoção de tecnologias no Pantanal ficou defasada devido ao isolamento da região, com deficiências em comunicação e transporte, além de limitações impostas pelas condições naturais (solos pobres e inundações). Os índices zootécnicos têm sido baixos com relação a natalidade (55%), desmama (45%), intervalo entre partos (22 meses) e idade à 1ª cria (
3,5 a 4 anos). Apesar destes problemas e de sucessivas crises de mercado e de crédito, o sistema produtivo se manteve, com dominante vocação para produção de bezerros.

A globalização da economia obriga a pecuária a tornar-se uma atividade empresarial, indicando que só sobreviverão os sistemas produtivos eficientes no uso dos recursos e capazes de ofertar produtos de qualidade. Na maior parte do Pantanal, devido às condições ambientais restritivas, a integração com agricultura é inadequada, não sendo viável a intensificação com suplementação alimentar, confinamento ou utilização de raças precoces.


A alternativa competitiva poderá ser a especialização na fase de cria com adequado manejo nutricional, reprodutivo e sanitário, e gerenciamento eficiente, uma vez que as propriedades com baixos índices zootécnicos tendem a ser cada vez menos sustentáveis, economicamente.

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